Como ser humanizado no que escrevo?

Nestes dias de escrita para meu livro-reportagem, produto a ser apresentado como TCC no curso de jornalismo da UFC, eu tenho me questionado e tensionado para ser mais humano com as palavras. Tirar a frieza dos dedos e lembrar da sensibilidade e vivência do outro.

Lembro dos potes de barro que tinha na casa vizinha a do meu avô, lá no distrito de Missi, no município de Irauçuba, sertão quente cearense. Onde dormir só é possível com os lençóis úmidos, e ventilador nenhum traz alento.

Naquele pote, onde enchê-lo se perde depois de secá-lo copo após copo na tentativa de matar a sede, poderia eu ter bebido as palavras e o afeto necessário para ser humano em toda minha intensidade.

se do barro eu vim e para o barro voltarei, por qual razão um pote vermelho feito do barro da terra num me ajuda a ser menos frio? Se ele nem conhece o meu fim ainda. Se a brutalidade nao está presente nem enquanto ele é feito.

Por que logo eu, sem dor alguma, não consigo despir dos meus fardos e ser atravessado com os olhares e áureas do outro? Se o toque, o abraço correto e tudo o que se sente ao encontar o coração no outro é a sensibilidade nos batimentos da existência?

por toda essa razão, não quero parecer em todo racional. sentir pulsar o braço e dizer está tudo bem.

Essa coisa de humanizar processos, quebrar a ordem e servir a realidade, aprofundar no eu do outro, abrir o leque dos dias já vividos e explorar as emoções e situações já vivenciadas.

Não consigo chegar na profundidade, não sei desde quando, inclusive. Como ser humanizado quando escrevo se sou desumanizado todos os dias.

Qual desordem dos fatores é necessária para que haja alteração no resultado final?

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